14 junho 2010

A importualidade do amor(Martha Medeiros)



Você esta sozinho. Você e a torcida do Flamengo. em frente a TV, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Trimmm!é sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem ai. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Porque o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você esta de banho tomado e camisa jeans. Agora que você esta empregado, lavou o carro e esta com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você esta com o coração as moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi para praia no final de semana.Toda a suas turma esta la, azarando-se uns as outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refugio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, ira encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca esta onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um super mercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. o amor esta em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição esta dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. jamais espere ouvir"eu te ano" num jantar a luz de velas, no dia do namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichés. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, as quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.

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